Era uma manhã de
domingo, 11 de setembro de 2011, que eu, Pedro José de Sousa (78 anos), apelido,
Pedro Macaquinho, sanfoneiro, humorista e contador de piadas, mais conhecido de
todo o Piauí, resolvi fazer uma viagem e me despedir de alguns amigos. Porém,
somente dos mais próximos, pois não tive tempo para fazer visitas aos distantes.
Todos sabem que eu morava no bairro Tanque do Governo, cidade de Canto do
Buriti, Piauí. Antes, eu era tocador de triângulo e zabumba de um cidadão que
tive o prazer de reencontrar, Mané Vicente, este, por sua vez, ganhava a vida
judiando de uma pé-de-bode ranheta. Era muito interessante minha época; no
momento em que o sanfoneiro parava para descansar e tomar uma chamada (cachaça),
eu abraçava uma pequena sanfona e mandava ver. Dava um show.
Por conseguinte,
lembro-me muito bem quando meus amigos me convidaram para tocar sanfona nos
bailes e outros lugares; tive o prazer em tocar em festas de casamento,
batizado, aniversário, vaquejada e boteco. Fiquei muito feliz, pois era minha
sina. Mas tinha um porém, eu sempre tocava em troca de uma chamada (cachaça). Na
minha maturidade, não percebi que minha família estava crescendo e eu não tinha
como mantê-la. Passei a dar mais atenção a minha família quando me faltou a
virtude de poder ir e vir com prazer (saúde) e, os amigos mais próximos
começaram me ajudar e, então, resolvi fazer um CD com músicas, de forma caseira
mesmo, mas ficou legal. O CD tinha como
o título “O melhor de Pedro Macaquinho”, com várias músicas, e entre elas as
clássicas “Delita” e “De madrugada no calor do frio”, uma versão simples, já
que a original, era imprópria para menores de 78 anos de idade.
Ainda não falei
o motivo da minha partida, quase me esqueci. Vou tentar explicar. O motivo, da
minha viagem estava associado a vários fatores: uma inflamação da próstata;
problemas no meu pulmão por causa da bebida que, confesso que tomava uma
chamada de vez em quando nos lugares onde tocava e cantava. Porém sabe uma
cousa que me fez feliz? Foram às homenagens que me fizeram, elas
surpreenderam-me. Não esperava tanta gente bonita, buzinando seus carros,
motos, gente a pé, umas cantando, outras chorando, umas orando, outras rezando,
mas com um único fim. Desejar-me uma viagem em paz. Assim, deixei a sanfona,
minha família, meus amigos, mas entrei na história.
Fonte: GJUC
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