Canto do Buriti, Piauí [ Dr. Ancelmo Chaves Valente, Resumo da Entrevista: erros e acertos da gestão municipal ]

Na manhã do vigésimo sétimo dia, sétimo mês, ano de dois mil e dezenove, nove horas, trinta minutos e alguns décimos de segundos, o Dr. Ancelmo Chaves Valente (formado em odontologia pela Universidade Estadual de Londrina – UEL, especializado pela Universidade Estadual da Paraíba – UEPB), foi entrevistado pelo historiador do município de Canto do Buriti, Estado do Piauí, Luis André Idalino da Silva (autor de inúmeros videoclipes sobre saúde, educação, esporte, cultura, lazer, religiosidade e política. Construiu com apoio de colaboradores um grande banco de memória de forma justa, gratuita e imparcial, e publicou no YouTube, no qual, já foi acessado por mais de um milhão de pessoas em vários países. É empreendedor de inúmeras páginas de blogues, com destaque:  “http://informativodecantodoburitipi.blogspot.com/”). Por conseguinte, o entrevistado especial, respondeu com propriedade, vários questionamentos de suma importância social, sobre: saúde bucal, educação de qualidade, esporte, cultura, lazer, limpeza pública, saneamento básico, obras paradas, valorização dos profissionais pela educação publica na esfera municipal, enfim.

(L.A) Dr. Ancelmo Chaves Valente, bom dia! Como é do seu conhecimento, o prefeito de Canto do Buriti, Marcos Nunes Chaves, está terminando o segundo mandato. Qual sua percepção sobre a saúde bucal dos munícipes, em especial os da zona rural?

Dr. Ancelmo: Bom dia André! A pergunta é complexa. Exige um estudo bem detalhado, porque aqui em Canto do Buriti, somos dez equipes de Estratégia de Saúde Bucal - ESB, além disso, temos um núcleo avançado de odontologia especializado recém-inaugurado, que é o Centro de Especialidades Odontológicas – CEO, funciona na Praça Manoel Barbosa e Silva. Então, se referindo à saúde bucal do ponto de vista geral, vou tentar ser bastante conciso. Nos últimos sete anos, notei, que a saúde bucal teve modificações, trabalho praticamente quinze anos nessa área. Passei por algumas gestões e notei que cada uma coloca sua linha de atuação, principalmente na saúde, que é uma das secretarias mais importantes junto à educação, assim, vejo que a saúde bucal voltou novamente a se centralizar, anteriormente, o objetivo da gestão (ex-prefeito: Nilmar Valente de Figueiredo), era descentralizar; foram criados postos de saúde nos bairros, com atendimento odontológico que facilitaram a vida dos munícipes, pois seria ruim se deslocar para o prédio da Secretaria Municipal de Saúde, onde eram realizados os demais atendimentos. Além da descentralização feita pela gestão anterior, houve avanços, na questão do aparato físico profissional; foram melhoradas as condições dos consultórios, houve capacitação das assistentes de dentistas, hoje chamadas de Técnicas de Saúde Bucal – TSB, elas fizeram cursos na cidade de São Raimundo Nonato – PI, custeados pela prefeitura municipal de Canto do Buriti. Essa qualificação foi eficaz na qualidade do atendimento odontológico tanto da zona urbana nos bairros, quanto na zona rural, assim, nota-se que os pontos que requerem atenção da saúde bucal, são as especificações, repactuações feitas junto aos órgãos estadual e federal, são as comissões bipartiti e tripartiti, lá, o município coloca quais são os avanços que podem ser realizados durante aquele ano ou biênio. Nesse contexto, são cobrados, índices preventivos e resolutividades, principalmente de conclusão de tratamento.

Então, pra falar o que eu acho, nessa gestão atual (prefeito: Marcos Nunes Chaves), acredito assim, há alguns pontos positivos e outros a melhorar. Os pontos “a melhorar”, seria a questão, do acesso, por exemplo: A demanda. Deveria ser equacionada essa questão de território. Uma pessoa que mora num povoado distante ter que se sacrificar vindo para a cidade fazer um tratamento. Isso acontece em algumas equipes, talvez por insuficiência de recursos em construir novos postos de Unidade Básica de Saúde, e também a questão de inaugurar algumas obras nesse quesito. Existem alguns postos a serem inaugurados e colocados em atividades, por enquanto deixa a desejar. Isso vai ajudar na questão do deslocamento. E algo que precisa ser melhorado, é a questão da urbanização, pois creio que o recebimento, acolhimento do paciente da rede pública de saúde, tanto odontologia, enfermagem, fisioterapia, ou medicina, são importantes. Estou falando como uma pessoa que trabalha na saúde há mais de quinze anos nesta cidade. Ressalto que, já trabalhei em sete municípios, posso dizer que “precisa ser melhorado a questão do atendimento”. Isso vai ao recebimento do paciente, ao tratamento, acomodação, uma boa sala de recepção nos postos e saúde, em que tenha condições ideais, tanto na zona rural quanto urbana, mas, refiro-me mais na zona rural, pois esse fato vale apena melhorar.

No quesito de avanços, posso lhe afirmar que o Centro de Especializardes Odontológicas – CEO, é um avanço, veio contemplar a população carente, a maioria da classe média hoje se encontra com dificuldade financeira, e vai realizar tratamentos em todas as especialidades. Então é um acerto, e acredito que é um ponto positivo dessa gestão.

(L.A) Numa escala de 0% a 100%, qual sua projeção sobre o atendimento ao público da Secretaria Municipal de Saúde e dos postos de saúde na área de odontologia aqui em Canto do Buriti?

Dr. Ancelmo: Bom, trabalho aproximadamente dois anos na Secretaria Municipal de Saúde, na condição provisória, porque sou lotado no Posto de Saúde da zona rural Tambuleiro, gosto de trabalhar lá, tenho expertise nesse trabalho, realizo visitas domiciliares, palestras e atendimentos. Em relação ao posto em que trabalho, faz praticamente um ano e dois meses que foi interrompido o atendimento in loco, e por isso, estou atendendo na Secretaria de Saúde. Alguns usuários podem vir à cidade com seus transportes e outros não. É uma deficiência a inoperância no Posto de Saúde de Tabuleiro. Em relação à secretaria onde trabalho as quintas-feiras, posso dizer que a recepção é adequada do ponto de vista humano, pois existem bons profissionais, que recebem, acolhem os usuários, principalmente de odontologia, como disse, trabalho há sete anos com a TSB, e me dou muito bem, é uma profissional exemplar, capacitada, com experiência larga.

No entanto, acredito que poderia ser feito algumas alterações, tanto na estrutura física, como no acolhimento, porém, estamos no período de transição, houve mudanças de secretário de saúde, uma reedição da gestão, e vejo com bons olhos, bom trabalho sendo realizado, e percebo a possibilidade de um novo posto de saúde, que certamente sairia da unidade central da secretaria de saúde, para o consultório próprio. Acredito que as condições serão ótimas, irá principalmente beneficiar vários usuários. Os da sede atualmente não estão bem acomodados, não tem uma sala de recepção específica, nessa questão de temperatura, creio que será um ponto positivo também.

(L.A) Qual sua avaliação sobre o atendimento do Centro de Especialidades Odontológicas – CEO?

Dr. Ancelmo: A minha avaliação é ótima, apesar de não fazer parte da equipe de profissionais especializados, mas sou um entre outros profissionais que encaminham pacientes até o consultório do CEO, atrás de cirurgia, tratamento de canal, ortodontia, periodontia, e tenho tido um retorno dos pacientes que encaminho. Você mesmo Luis André, passou pelas minhas mãos e falou estar satisfeito com o acolhimento, o atendimento e a resolutividade, ou seja, seu problema foi resolvido, então, desde o dia que você foi marcar a sua consulta, me deu retorno falando bem dos profissionais, da estrutura física do prédio, principalmente do tratamento, então, foi um ponto positivo do prefeito Marcos Nunes Chaves, que é odontólogo.

(L.A) O senhor tem conhecimento de algum paciente impedido de realizar o tratamento odontológico nos postos de saúde ou no CEO por questões políticas?

Dr. Ancelmo: Não. Até porque, coloco-me na posição de dentista dos postos de saúde, faço encaminhamento ao CEO, e nunca tive nenhum relato sobre tratamento desigual, e nenhum tipo de discriminação, político-partidária, religiosa ou racial. Isso não procede.

(L.A) O senhor tem conhecimento de algum paciente ter resolvido mesmo sem condições financeiras fazer tratamento odontológico na rede particular, por questões de demora no CEO?

Dr. Ancelmo: Também não, porque o CEO veio justamente para suprir a carência das necessidades da população, o que vemos é a classe baixa e a média sem condições de fazerem tratamentos odontológicos particulares. Poderia até implicar na perda de elementos dentários. Em relação à demora, agente sabe que tudo que é público tem que obedecer a norma de agendamento e de e condições para isso. Lá existem de 05 a 06 profissionais e até nessa questão, nós trocamos informações sobre o tempo médio que uma pessoa esperar e chegamos a ter ciência de que aguarda em média 15 dias. Nesse sentido vale a pena esperar, uma vez que as pessoas precisam ter paciência para isso.

(L.A) Dr. Ancelmo, já ouvi muitas pessoas comentando a respeito do nome do prefeito Marcos Nunes Chaves, na faixada do Centro de Especialidades Odontológicas – CEO, assim como, em alguns carros públicos, tipo vans. Como o senhor vê esse fato?

Dr. Ancelmo: Não sou especialista em Direito Constitucional. Nesse sentido, não posso falar sobre o artigo, parágrafo, de impedimento, mas o que agente ouve falar numa linguagem bem leiga como cidadão, que isso não poderia acontecer né, você colocar o nome do administrador ou qualquer representante a frente de um órgão público. O certo seria colocar uma placa especificando o valor destinado a essa obra, o custeio e também o tempo de execução. Ficaria fixado na placa, órgão municipal, estadual ou federal, e certamente o nome dos envolvidos na realização, mas colocar com finalidade de propaganda, deve ser inconstitucional, porém cabe aos órgãos competentes, Câmara Municipal e o Ministério Público, averiguar se é correto ou não.  

(L.A) Tratando de saúde pública no nosso município, o senhor tem conhecimento que atualmente a primeira dama é à gestora da secretaria municipal de saúde, contudo, qual sua opinião? Houve avanço comparado às administrações anteriores?

Dr. Ancelmo: Essa gestão, analiso como boa do ponto de vista de atender as necessidades dos usuários, tendo foco principalmente no encaminhamento de pacientes para capital Teresina - PI, como também na questão do Centro de Especialidades Odontológicas – CEO, que é realmente um bom feito da Secretaria de Saúde. Recentemente soube que esta sendo realizado a construção do consultório odontológico ao lado da Praça Sant’Ana. Não cheguei averiguar o prédio, mas pelo que vejo, em breve, vai ter atendimento odontológico no centro, desvinculando da Secretaria Municipal de Saúde, local que atualmente funciona diversos consultórios, por ser a base, a matriz administrativa. Ressalto que anteriormente, na gestão do ex-prefeito Nilmar Valente de Figueiredo, houve a descentralização das secretarias. A Secretaria Municipal de Saúde deveria ser somente para a área administrativa de encaminhamentos, e os postos de saúde que funcionava ali ao lado da caixa econômica, era onde funcionavam os atendimentos ambulatoriais, tanto do enfermeiro, do médico, do odontólogo, fisioterapia, etc. Creio que foi um retrocesso, novamente trazer para o prédio da Secretaria Municipal de Saúde, os consultórios dos profissionais, pois acho que isso não foi legal, gera certo tumulto, confusão, e não tem como acomodar tanta gente num ambiente tão pequeno, muitas vezes com a temperatura não tão adequada. Então, digo que ela retornando novamente, vejo com bons olhos, está procurando equacionar alguns problemas que são crônicos, como lhe falei, o consultório de Tabuleiro está há um ano e dois meses inoperante. Deveria funcionar lá, pela questão da territorialidade, e com a palavra a secretaria de saúde, vai colocar seus argumentos, pois sei que foi feito uma reforma, estive lá e vi, recebeu uma cadeira odontológica nova e a intenção é em agosto voltar atender os usuários na sua localidade pertencente que é: Tabuleiro, Baixas, Retiro, circunvizinhanças.

Enxergo evolução, a secretária de saúde está mais atenciosa com os programas no âmbito social e preventivo; outubro rosa, setembro amarelo, etc. Noto também que a gestão parece está à disposição dos profissionais para trocar experiências. Agora, como foram elaborados os cargos, as comissões e a coordenação, aí vejo como coisas que ainda estão no campo provisório, porque no campo legal, deveria ter um contexto mais focado numa comissão com tempo hábil, com tempo destinado a esse cargo, mas nem tudo pode ser pleno, contudo percebo a gestão que se encontra com bons olhos, querendo acertar, sempre se colocando a disposição de todos.

(L.A) Dr. Ancelmo, todos os anos a Secretaria Municipal de Saúde e outros órgãos filiados, fazem campanhas para combater e erradicar o mosquito da dengue, pois por meio da picada do mosquito, evidentemente surgirão inúmeras doenças já pregadas pelos telejornais, mas por que a secretaria não elabora uma campanha para combater os inúmeros cães soltos nos principais bairros, ruas e avenidas da nossa cidade? Sabemos que os cães rasgam sacolas de lixo, espalham doenças, enfim. 

Dr. Ancelmo: Essa é questão das Zoonoses (doenças infecciosas de animais capazes de ser naturalmente transmitidas para o ser humano. Os agentes que desencadeiam essas afecções podem ser micro-organismos diversos, como bactérias, fungos, vírus, helmintos e rickettsias), do controle dos animais. Vejo como um ponto a melhorar, para não dizer deficiente, a nossa cidade é pequena, temos 21.112 habitantes, agente pode estar num dia em vários bairros, devido seu tamanho, é notório os relatos. Realmente existe um descontrole nessa parte, como lhe falei, participo desse gestão há 15 anos, na área de saúde pública, trabalhei com outros gestores e vi que tinha outros enfoques no que diz respeito o transito dos animais e do controle das zoonoses. Na gestão do ex-prefeito Nilmar Valente, posso falar que foi uma política bastante eficaz à frente, o secretário José do Vale Feitosa, fez apreensão regular de todos os animais. Tinha o local adequado para manter, e depois de algum tempo se não fosse questionados pelos donos, eram adotados por outras pessoas, e na maioria das vezes alguns animais doentes seriam sacrificados. Faz parte da política pública, funciona, é natural em qualquer cidade. Atualmente agente vê vários animais transitando na cidade, são cães, gatos, bovinos e equinos. Então, é preocupante a questão das zoonoses. Imagine se você atropela um animal desses, certamente terá um problema de saúde ao cair. Então, vejo que é uma questão bastante nítida e que ainda não foi controlada. 

(L.A) Como o senhor enxerga hoje a limpeza pública na nossa cidade? Está eficiente e eficaz?

Dr. Ancelmo: Bom, sou simples cidadão né. Tenho uma vida simples, não sou de sair muito, gosto de ficar em casa, mas o que vejo nas redes sociais são relatos críticos de pessoas com credibilidade, porém quero falar da minha rua Boa Vista, fica entre o centro da cidade e o bairro Santo Antônio, aqui vejo sempre os garis, os coletores, as margaridas, o que tenho a dizer é, sempre passa nos dias marcados, nunca houve acumulo de lixo por quaisquer questão, agente usa uma lixeira de metal que possui um pedúnculo, justamente que não daria para colocar no chão por causa dos animais, questão já falada antes, e então, a coleta é programada, mas há um ponto que gera dúvida, é, sobre os Equipamentos de Proteção Individual dessas pessoas; Elas trabalham num carro a céu aberto, não usam mascaras, chapéus, luvas, botas, ou roupas adequadas, porém usam apenas um pano para cobrir o rosto, talvez por vergonha, mas não estou para criticar, pois esse fato é comum nas pequenas cidades, e dou graças a Deus que funciona de uma maneira programada.

(L.A) Como o senhor avalia a valorização dos profissionais da limpeza pública (garis e coletores de lixo)?

Dr. Ancelmo: Quem participa da vida pública sabe que anteriormente existia um descompaço em relação aos ganhos salariais desses profissionais. Na gestão do prefeito Marcos Nunes Chaves, eles foram mais valorizados do ponto de vista salarial, porém não me pergunte sobre a pontualidade de horário de entrada, saída, refeição, pagamento que não sei lhe dizer. O que tenho conhecimento é que esses trabalhadores tiveram nos primeiros anos, valorização salarial. No início, recordo que quase todos tinham uniformes, mas atualmente não vejo. 

(L.A) O senhor tem conhecimento de alguma obra relacionada a saneamento básico feito pela gestão atual? Onde?

Dr. Ancelmo: Algumas residências da zona rural foram contempladas com banheiros sanitários e fossa asséptica, agora, em nível de zona urbana nessa gestão não ouvi falar da continuação das obras sanitárias. Na administração do ex-prefeito Nilmar Valente de Figueiredo, colocaram canos de esgoto em quase toda cidade, mas nessa gestão, não houve continuidade como o projeto previa, se teve implicações jurídicas não sei, o que sei, é que é o mesmo problema das cidades pequenas do Piauí. A reeleição dos políticos ficou para isso, para que desse tempo de terminar as obras que às vezes exige tempo, mas agente não vê esse fato acontecer, e também a cultura da continuidade das obras das gestões anteriores, não sei se é por causa de ser oposição ou querer evidenciar um feito da gestão anterior, contudo, vejo como questão cultural. A gestão anterior demarca um plano de desenvolvimento e a atual gestão vai em direção oposta do planejado.

(L.A) O senhor conhece de perto os problemas da educação no nosso município?

Dr. Ancelmo: André, como você sabe eu sou odontólogo, sou mais ligado à questão da saúde. No entanto, usando as palavras do pensador grego Aristóteles “sou um homem político” busco sempre estar atendo as questões de outros órgãos como a educação. Tenho atendido pacientes educadores, gosto de conversar com eles sobre essa área. Tivemos um embate com o Piso Salarial e o Plano de Carreira dos Professores. Recentemente fui informado que o Plano Carreira dos Professores seria discutido na Câmara Municipal em breve, e há uma possibilidade de ter aprovação. Alguns municípios já possuem e há valorização dos profissionais. Em relação ao Piso Salarial e aos recursos do Fundeb, agente sabe que houve questões, embates da administração, secretário e os professores, sobre isso ai, foram anunciados nas redes sociais, greves, passeatas, paralização, punições. Acredito que a educação é tão importante senão quanto ou mais que a saúde, porque o povo informado, educado se previne mais, e o conceito da doença e da saúde está na prevenção. Onde não existir prevenção vai existir incidências e a doenças, endemias e até epidemias, como está acontecendo em São Paulo, sarampo, uma doença que voltou com 300 casos. Sabemos que São Paulo é a cidade mais desenvolvida do país, assim, se não existir educação não vai existir prevenção. Então, é preciso que esses profissionais sejam valorizados na questão salarial como na questão também do seu Plano de Carreira, É preciso que os gestores, principalmente aqueles que têm formação acadêmica, possam valorizar os mestres, aqueles que deram os primeiros passos aos saberes de muitos profissionais, tais como, professores, dentistas, médicos, advogados, enfim.

(L.A) O senhor acredita que existem recursos suficientes nas contas públicas do nosso município para oferecer educação básica de qualidade aos estudantes da cidade e do interior?

Dr. Ancelmo: É uma pergunta técnica, não tenho acesso a essas informações, não vivo o dia a dia dos legisladores da nossa cidade. Sou apenas um cidadão como você. Portanto, não posso dispor dessas informações, não sei lhe dizer se existem esses recursos. 

(L.A) O senhor examinou a Pista de Cooper? Obra iniciada no governo Dilma Vana Rousseff (PT), no ano de 2015, no valor de R$ 259.485,66 e até presente momento a empresa licitada não terminou. O que o senhor acha? 

Dr. Ancelmo: Acho lamentável se isso estiver acontecendo, porque a pista de Cooper é uma obra de interesse de toda população. Hoje a saúde é um bem maior que nós temos, e a saúde gratuita que assiste tanto a serviço da rede de atendimento ambulatorial preventivo como também a questão da Academia ao ar livre. São três em Canto do Buriti, e a Pista de Cooper, hoje em dia a melhor condição do nosso corpo é por meio do movimento. Esse hábito de fazer caminhada ajuda combater a obesidade, a pressão arterial, o diabetes, colabora com o astral das pessoas. Ouvi falar pelas redes sociais que a obra da Pista de Cooper está parada. Penso que deve ter alguma informação do órgão público sobre esse acontecido, e que os vereadores cobrem os prazos de execução, e a qualidade para que restabeleça o termino com eficácia.

(L.A) A Academia de Saúde ao Ar Livre do bairro aeroporto teve investimento aproximadamente R$ 99.855,38 e as demais deveriam ter valores fixados para a população saber, não acha justo?

Dr. Ancelmo: Sim. Ali passa pelo quesito da transparência. É uma conquista no mundo a questão da transparência pública. É importante você inaugurar uma obra, mais importante é saber como esses recursos foram aplicados. Afirmo, é de suma importância que a população tenha acesso sim, quanto é arrecadado, quanto é investido, deveria ter placa como resposta aos munícipes.

(L.A) Atualmente temos 03 Academias ao Ar Livre, uma entregue no governo da ex-presidente Dilma Vana Rousseff e duas entregues no governo do ex-presidente Michel Miguel Elias Temer Lulia. O senhor não acha que deveria ter uma placa informando a origem do programa e os valores investidos?

Dr. Ancelmo: Sim, deveria ter sim, não se sabe né como cidadão poderia interpretar como algo concreto, mas não se sabe se foi colocar a placa e alguém retirou. Eu nunca ouvi falar disso ai, pois já vi algumas placas, de obras publicas no Posto de Saúde de Santa Luz e na Academia ao ar Livre na saída para Eliseu Martins - PI, vi destinando os recursos, os valores e o tempo de execução, mas, deveria ter realmente essa placa, fica ai essa dica.

(L.A) Nas praças públicas, em especial, à inacabada da Paróquia Santo Expedito, será que não seria mais saudável disponibilizar banheiros em épocas de festejos? Na verdade, não seria mais justo terminar a praça e fazer dois banheiros, sendo um masculino e outro feminino, com acessibilidade para cadeirantes?

Dr. Ancelmo: Com certeza. É de grande valia ter acesso às coisas que trazem benefícios à população da nossa cidade. Se for feito um plebiscito todo mundo apoiaria essa obra de banheiros públicos, se não me engano um local de maior importância seria também na Praça Maninho Barreto (grande Y), porque lá além de ser um centro comercial, recebe inúmeras pessoas de várias cidades e sem soma de dúvidas tem necessidade de usar o banheiro, e porque não o banheiro público?  

(L.A) Doutor, o senhor já passou perto das obras públicas inacabadas do bairro aeroporto, “construção de uma Unidade Escolar de Educação Infantil”, “construção de Unidade Escolar para Jovens e Adultos” “Construção da Unidade Básica de Saúde” obras essas, consideradas por um vereador elefante branco?

Dr. Ancelmo: Sim, já passei. Realmente é lamentável agente vê uma obra de grande porte que poderia alavancar a educação do município, inaugurar uma sala de aula é motivo de progresso e felicidade para estamos aqui contemplando; uma praça pública é importante? É. O encontro de folguedos, é importante? É. Cultura em geral, um prêmio no torneio de futebol é importante? É. Porém, inaugurar uma sala de aula, é de imprescindível importância. Já fiz várias palestras educativas na zona rural, lembro-me de uma escola na localidade Gavião, tirei fotos da escola em condições deploráveis; paredes escoradas, o teto para desabar, janelas sem proteção, e confesso que nunca vi um esforço para a manutenção, porque agente pensa na importância da localização para o povo de lá. Uso as palavras de dois pensadores que disseram: “governar é abrir estradas”, “um país se faz com homens e livros”. Então, o que se vê é que cada gestão tem sua prioridade, alguns na saúde, outros na educação e outros no esporte.

(L.A) O senhor, com certeza, passou recentemente na Praça da Cidadania; ela recebeu novo nome pela gestão atual “Marco Zero” como o senhor vê atualmente este marco zero?

Dr. Ancelmo: Não vejo com bons olhos, até porque sou contra, você nomear algumas coisas que não refletem a realidade. Acho que os órgãos deveriam ter nomes afins, ou seja, aquela pessoa que tenha feito algo pela cidade relacionada aquela área. Portanto não posso nomear em nenhum órgão público uma pessoa que não tenha priorizado a educação na vida, e tampouco tenha agregado nada a educação.

(L.A) O senhor já notou os inúmeros buracos nas avenidas da nossa cidade? De quem é a competência? Da gestão municipal ou do Estado? É falta de dinheiro ou de atitude?

Dr. Ancelmo: Antes quero lhe dizer, que morei na cidade de Corrente – PI, de 1999 até 2004, estremo sul, tudo pra lá é mais difícil, as vontades públicas são mais difíceis, a única coisa que aproxima Corrente de Teresina, são as eleições, mas a saúde é distante, o interesse do Estado é distante, tudo é distante, porém nem por isso ela deixou de ser uma cidade interessante, chamada de Capital da Cultura, pois é uma cidade evoluída nesse quesito cultural, tanto é que lá tem grandes exposições de animais de raça. Quando morei lá, a prefeitura adquiriu uma usina de asfalto frio, e na época a cidade quase toda foi asfaltada, pois é muito mais fácil asfaltar do que calçar, do ponto de vista econômica e rapidez. Acredito que essa usina foi adquirida através de recursos próprios do município, pois ao invés de esperar o governo fornecer asfalto e levar tanto tempo, o gestor teve a inteligência de fazer. Nessa visão, acredito que falta o gestor investir com seus recursos próprios e fazer a diferença sem esperar pelo Estado.

(L.A) Com quais olhos o senhor vê as obras inacabadas da gestão atual?

Dr. Ancelmo: Não vejo com bons olhos, ninguém vê. Qual pai que gostaria de interromper os estudos dos seus filhos? Qual cidadão gostaria de interromper a construção da casa própria e entrar nela sem estar pronta? Então, isso gera uma impotência, mas fica principalmente um questionamento, o que aconteceu para estarem inacabadas? Seria certamente mais interessante fazer uma coisa de casa vez. Espero que as próximas gestões prometam somente aquilo que possam cumprir.

(L.A) O senhor acredita que dá tempo do prefeito Marcos Nunes Chaves, terminar as obras inacabadas antes de sair do seu mandato?

Dr. Ancelmo: Sim. O exemplo é a questão da Praça Maninho Barreto (Grande Y), que foi tão reivindicada pela população e graças ao projeto da prefeitura está dando certo. Vejo que as coisas estão acontecendo para melhor, de forma rápida. Porém se o gestor tiver interesse, comprometimento e verdade, acredito que dá sim, porque o prazo se esgota no dia 31 de dezembro de 2020.

(L.A) Será que a prefeitura tem recursos suficientes em caixa para pagar os funcionários efetivos, os comissionados e os seletistas, os fornecedores de água, luz, gás, combustíveis, assim como, para terminar as obras e deixar as contas em dia antes de sair do mandato?

Dr. Ancelmo: Essa é mais uma pergunta técnica. Sou simples cidadão, repito, não tanto acesso a esse banco de dados da contabilidade, como a questão dos recursos que estão prestes a entrar. Houve-se falar pelas redes sociais em contratações. Agora é preciso examinar se são legais do ponto de vista da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF.

(L.A) O que o senhor achou das festas Juninas dentro dos Folguedos em Canto do Buriti?

Dr. Ancelmo: Não fui, mas prestigiei através das redes sociais, lá ouvi o pessoal falar. Realmente é de fundamental importância que possamos manter as tradições das festas juninas que foram muito bem elaboradas. Parabéns a equipe toda, a secretaria de cultura e lazer, fez um bom trabalho né, estruturou bem. Tenho certo adendo colocar que é a questão de não acontecer no mês de junho, adentrou no começo de julho, isso é uma questão que deveria se adequar, porque já pensou a semana santa ser adiada para o dia dos namorados em maio porque o comercio venderia muito mais chocolate e bacalhau. Não, calendário é calendário; existe o calendário de pagamento, cultural, religioso, assim, esse seria o meu contraponto. Sei que os esforços são grandes, os recursos são colocados à disposição, tranquilo, transparente, essa questão e satisfatório, elogiável.

(L.A) O senhor acha justo que os prêmios concedidos aos quadrilheiros e os participantes de outras atividades artísticas sejam publicados no Diário Oficial dos Municípios - DOM para fins educacionais, ou não vê importância? 

Dr. Ancelmo: Deveria ser assim né, assim como os nossos contracheques, as licitações, a merenda escolar, deveriam ser, e acho que deve. Agora, não tenho acesso a esse banco de dados, pois sou apenas um simples cidadão, não sou um vereador para estar a par disso no dia a dia e cobrar, pois acho que é função primordial da Câmara municipal examinar, questionar, etc. 

(L.A) Como o senhor enxerga o esporte, a cultura e o lazer na nossa cidade?

Dr. Ancelmo: Vejo o esporte, como saída para uma vida saudável, saída para evitar o vicio das drogas, tendo em vista motivação profissional; esporte é cultura, porém percebo que o esporte em Canto do Buriti, se resume praticamente em duas atividades pra não dizer três, uma está inserida na outra: o futebol, motociclismo e o ciclismo. É o que noto o órgão publico apoiar. É preciso lembrar que nossa cidade no passado foi campeã e vice-campeã intermunicipal de seleções amadoras. Assim, há necessidade de outras modalidades esportivas. Penso que poderíamos apoiar o xadrez, o handebol, voleibol, etc.

(L.A) Dr. Ancelmo, qual seu comentário a respeito da falta de oportunidade de trabalho, emprego e renda para o público jovem?

Dr. Ancelmo: As empresas deveriam abraçar essa causa e dar oportunidade para os jovens, pois atualmente temos mais de 14 milhões de desempregados no país, ai você multiplica por quatro, ou cinco que é o numero da família, então o número é grande de pessoas que dependem de uma renda mínima para sobreviver, pagar aluguel, agua, luz, gás, alimentação, remédio, etc., Talvez a maior preocupação do país hoje seja o desemprego, até agora o governo federal nada fez para melhorar essa crise, a nível local também não passa na mão da gestão a solução do desemprego, é um problema do país, mas acredito que deveriam propor alternativas, convidar empresas a se instalarem aqui. (L.A) Como o senhor avalia a falta de incentivo por parte da gestão atual? 

Dr. Ancelmo: Acredito que esse fato pode ser compreendido mesmo em atrair as empresas, pois não se pode isentar a pessoa de pagar um Darf. O incentivo que seria dado é no caso do ICMS, pois quando uma empresa se instala aqui tem que pagar o ICMS. É importante ressaltar que não sei quanto a Itaueira Agropecuária S.A contribui, mas acho importante hoje em dia você isentar (se a lei municipal permitir), atrair investidores do que recolher esse imposto. Dessa forma viriam inúmeras empresas e certamente melhoraria as condições econômicas, empregos e renda para nossos munícipes.

(L.A) O senhor já examinou o site do FNDE- PDDE Interativo, o portal da transparência e o Diário Oficial dos Municípios?

Dr. Ancelmo: Sinceramente não tenho conhecimento desses portais, com exceção do portal da transparência. Mas nunca tive curiosidade em examinar a fundo, por que como lhe disse, como cidadão ainda, me encontro impossibilitado para cobrar, gritar, propor, de conversar, sugerir. Se eu estiver a oportunidade de legislador, com certeza sim, ai certamente me debruçarei sobre esses dados para esclarecer a população.

(L.A) Doutor Ancelmo Chaves Valente, qual a mensagem que o senhor deseja deixar para os nossos munícipes cantoburitienses?

Dr. Ancelmo: Primeiramente quero agradecer a você pela entrevista. É bastante interessante que os cidadãos possam participar de alguma maneira, mesmo que seja discreta da vida pública no nosso município, das sugestões, dos projetos, dos questionamentos, isso faz parte, pois não é ilegal, não é inconstitucional, e não vai trazer nenhuma retaliação para nenhum cidadão pela sua liberdade de expressão, se você concordar ou discordar de alguma coisa de natureza pública, etc.